domingo, 28 de dezembro de 2014

QUILÓMETROS OU TEMPO?

Quando começámos a correr, em 1980, como é sabido o GPS não era coisa sequer sonhada e mesmo os relógios com cronómetro ainda estavam muito longe de ser algo banal, e os que havia eram metálicos, pesados e nada amigos da humidade e da chuva (muitas vezes tinham que ser “ressuscitados” com recurso ao ar quente proveniente de um secador de cabelo!).
Quando começámos a correr a melhor e mais exacta medida que tínhamos para medir o treino efectuado era a duração do mesmo em minutos.
Começámos a treinar no Estádio 1º de Maio em Lisboa com o “grande” objectivo de conseguir correr 15 minutos seguidos (!) e com os olhos postos naquele senhor já de uma certa idade (50 e picos anos!) que todos os dias corria a sua horinha no INATEL, o senhor João.
Alcançaríamos os sonhados 15 minutos de corrida continua, festejaríamos a nossa primeira meia hora de corrida, a nossa primeira hora de forma exuberante e um dia até participaríamos numa prova cujo objectivo não era percorrer determinada distância no menor tempo possível mas sim percorrer a maior distância possível em determinado tempo. No caso teríamos 12 horas para percorrer o máximo do quilómetros que fossemos capazes o que no nosso caso pessoal se cifrou nuns simpáticos 101,650 km.
Por tudo isto deste os longínquos anos 80 do século passado que para nós o treino de corrida se cifra em minutos e não em quilómetros. Sempre pensamos em tempo e nunca em quilómetros embora pelo andamento que sabemos que vamos imprimir façamos a correspondência entre quilómetros e tempo.
Antes dos GPS o cálculo dos quilómetros efectuados era algo sempre muito sujeito a erros embora com a prática e o recurso a treinos em pista, a alguns percursos aferidos e a provas, esses erros nos cálculos se fossem reduzindo.
Hoje com o recurso a GPS quando vamos correr uma hora, por exemplo, sabemos com precisão quase perfeita os quilómetros que percorremos nesse intervalo de tempo. Mas fruto de anos a planificar treinos com base na carga horária, a planificar ciclos de treino com base na carga horária, para nós ir correr é sempre ir fazer determinado tempo de corrida e nunca x km embora agora com o recurso ao GPS tal seja possível com uma exactidão que se não ronda os 100% não anda lá longe.
Só um vez por outra quando nos propomos fazer uma corrida mais longa é que determinarmos o treino por quilómetros, se, por exemplo, queremos trabalhar treinos longos de 20 km então é bem possível que usemos o GPS para percorrer essa distância quilométrica com exactidão.
Provavelmente se fossemos da geração que começou a correr com GPS talvez que todo o nosso treino e objectivos tivessem começado em torno dos quilómetros, correr um km seguido, dois quilómetros e por ai fora. Provavelmente hoje quando saíssemos para um treino disséssemos que iríamos correr determinados quilómetros e nunca determinados minutos. Mas a verdade é que nós somos de uma geração em que tudo se centrava em torno do tempo de corrida embora sempre fazendo os cálculos dos quilómetros percorridos nesses espaço de tempo de forma mais ou menos exacta mas sempre sujeita a falhas.
E os leitores deste blogue correm em função do tempo de corrida ou dos quilómetros?

sábado, 27 de dezembro de 2014

PARA BEM DE TODOS

(Retirado do Facebook da Revista Spiridon)

Nota da redacção do UK:
Obviamente que se está a falar em provas de estrada pois em relação aos trilhos a regra de ouro, absolutamente obrigatória, é não deitar nenhuma espécie de lixo para o chão de modo a não poluir a natureza. No trail todos os restos de abastecimentos são transportados por nós até ao próximo posto de controle ou meta! E quem assim não agir não é digno de fazer provas de trail!


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

NATAL E COISA E TAL!

Quando já se esgotaram todas as palavras sobre a época que se avizinha, mas não querendo deixar passar a mesma sem a mencionar, recorre-se àquela, velha máxima: uma imagem vale por mil palavras!
Nestas “aflições” a Net e um motor de busca dão muito jeito!...
Sejam felizes, lutem pela vossa felicidade, não esquecendo a felicidade dos outros, e FELIZ NATAL, seja lá o que isso for!




sábado, 22 de novembro de 2014

MAU TEMPO PARA TREINAR?!

Mau tempo para treinar? Condições meteorológicas muito adversas?
Deixem-se de histórias, leiam isto e vão correr!

Na foto um "amostra" de neve em Muge! 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

PARABÉNS SPIRIDON!

(Imagem retirada do Facebook)

domingo, 9 de novembro de 2014

ESPÍRITO DA MARATONA

O que é que correr a maratona? O que se sente ao cruzar a linha de chegada dos míticos 42,195 km? Que magia e encantos tem a maratona para seduzir tantos e tantos corredores que dela ficam eternamente apaixonados? Muito, mas mesmo muito, difícil encontrar palavras que respondam às questões aqui colocadas. Mas se uma imagem vale por mil palavras então vamos publicar aqui uma selecção de fotos captadas na 11ª Maratona do Porto. A objectiva da Mafalda Lima registou, na perfeição, aquilo que muito dificilmente as palavras conseguem explicar ou seja O ESPÍRITO DA MARATONA! (Obrigado Mafalda).

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

XI MARATONA DO PORTO - FOTOS

FOTOS: MAFALDA LIMA 
GENTILMENTE CEDIDAS POR: JOÃO LIMA

domingo, 2 de novembro de 2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

I TRAIL FESTA DA MONTANHA

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES CLIQUE AQUI

terça-feira, 28 de outubro de 2014

DESPIPEI-ME”!

Vai um sujeito muito feliz na sua corridinha matinal quando, de repente, lhe “agarram” o pé direito e “catrapuz”, pimba, “despipa-se”(*) dando uma grande “palhaça”(*), ficando sentado no chão!
Antes de mais vamos lá desfazer o mistério! Quem anda por ai a agarrar os pés de corredores madrugadores? A culpada foi uma silva caprichosamente em forma de laço e tão rasteirinha e discreta que nem se deu por ela, ou quanto se deu já “a coisa” estava “feita”.
É norma sempre que tenho algum contacto mais “caloroso” com o chão em plena corrida parar quase instintivamente o GPS. Desta vez o tombo deve ter dessincronizado o meu já fraco cérebro e nos primeiros instantes que me vi sentado num belo e arenoso carreiro ribatejano não sabia qual era o botão que parava o GPS !!!!!
Ao achar o dito botão fui ao item seguinte do manual de procedimentos neste tipo de situações ou seja avaliar os estragos no “equipamento”.
Fui “agarrado” pelo pé direito e caí sobre o cotovelo e joelho esquerdos. “Óptimo”, que o joelho direito anda meio desafinado e não necessita de mais “pancada”!
Estragos: no joelho esquerdo nem chegou a arranhar-se o “cromado”, excelente! Zona do cotovelo esquerdo é que tem uma boa arranhadela mas como o cotovelo nem me faz falta para correr o estrago também só serviu para constatar, novamente, que felizmente não tenho uma pinga de sangue azul, mas sim de sangue bem vermelho, está tudo nos conformes!
Também constatei à posteriori que a Dona Silva não se contentou em me agarrar o pé mas também me “mordeu” o tornozelo. Uma arranhadela de silva em forma circular não é para todos, que chique!
Normalmente quando “vou ao tapete” não fico muito tempo por lá e a reacção é levantar quase imediatamente e seguir mas confesso que desta vez fiquei mais uma bocado sentado no chão, felizmente não havia ninguém para ver a triste figura tirando as silvas que se riam baixinho!
Sim, esta foi uma das idas “ao tapete” em que fiquei mais baralhado, embora os estragos fossem insignificantes.
Enfim, se não vou há alguns anos à praia a areia veio ter comigo! Embora de efeito visual pior preferia ter ido à lama, que não é abrasiva e até afirmam que faz bem para a pele!
Quando cheguei a casa disse para a melhor “enfermeira” do mundo, a minha mulher: tive um acidente de trabalho, e ela perguntou-me: caíste, ao que respondi: não caí, DESPIPEI-ME!
Não tarda aí vem ela com o algodão e o frasco do mercurocromo.
(*Despipa-se de despipar - retirar ou perder o pipo. Expressão usada aqui nesta região do Ribatejo quando se cai. Dar uma palhaça, dar uma queda, talvez relacionada com as cambalhotas, “palhaças” que os palhaços dão no circo. Expressão também usada nesta região do Ribatejo)


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

OMELETES

Antigamente havia uma expressão muito usada pelos corredores em Portugal: correr a pisar ovos!
Dizia-se correr a pisar ovos quando se ia num andamento muito lento
Era o andamento usado antes das provas ou em treinos de recuperação das mesmas.
Era uma expressão tão banalizada que mesmo um treinador dizia a um corredor na semana antes da maratona: esta semana já se sabe que é a pisar ovos!
Confesso que não sei se esta expressão ainda faz parte do léxico das gerações de corredores mais novos, sei sim que ela está muito presente nas gerações mais velhas, naqueles que já têm muito sol e muita chuva nas pernas.
Pessoalmente na actualidade adquiri um belo andamento de lesma em permanência nas minhas corridas por isso a expressão correr a pisar ovos já não faz qualquer sentido para mim, é o meu estado natural!
Mas mesmo a pisar ovos sou muito feliz nas minhas corridas e faço umas belas “omeletes”. E antes uma saborosas “omeletes” que algum “leite” azedo que por aí anda...

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

terça-feira, 14 de outubro de 2014

AUTOMOBILISMO E CORRIDA (A PÉ) PARA TODOS

Imaginemos uma corrida de automobilismo, na pista de um autódromo com apenas dois carros.
Lado a lado vai estar um Ferrari e um Renault Clio.
Ambos os pilotos treinaram afincadamente para esta prova e ambos os carros estão muito bem afinados.
A não ser que algo de muito anormal aconteça todos sabemos qual o vencedor desta, bizarra, competição tal é a diferença entre a mecânica das máquinas envolvidas.
É claro que no automobilismo não há competições assim e os carros evolvidos numa prova têm características muito semelhantes.
Já na corrida a situação é completamente diferente.
Imaginemos uma grande maratona internacional: lá frente estará a elite dos maratonistas com “máquinas topo de gama” a correm para os primeiros lugares e até para baterem recordes do mundo, cá atrás estarão corredores a correrem com modestos “carros utilitários”.
Esta grande diferença entre máquinas não é mais na verdade que as diferenças genéticas entre cada indivíduo
Por mais que se treine só se consegue evoluir até onde a nossa genética permite. Como disse alguém para se ser campeão o melhor é escolher muito bem os nossos pais!
Claro que não basta ser um predestinado geneticamente falando para correr a maratona em tempos fabulosos, tem que se treinar, e muito, para isso.
Mas voltando a tal grande maratona internacional pode parecer absolutamente desinteressante uma competição em que se misturam atletas de elite mundial com modestíssimos corredores de pelotão. No fundo seria como no exemplo da bizarra competição de automobilismo onde colocaríamos lado a lado um Ferrari e um Renault Clio mas na verdade não é assim.
Nessa tal grande maratona internacional decorrem “duas” provas em simultâneo: lá na frente os atletas profissionais que correm para vencer, para fazerem grandes marcas, para serem os melhores do mundo, cá para trás correm os atletas amadores em busca da sua superação pessoal das suas marcas, das “vitórias” que os seus modestos “motores” de “carros utilitários” lhes permitem alcançar!
Estes corredores mais lentos passaram meses a afinar os “motores” com dedicação e afinco, não terão os melhores “mecânicos” do mundo, não são atletas profissionais e têm de gerir toda a sua vida profissional e familiar de modo a encaixar com o treino e, sobretudo por mais “afinações” que façam os seus motores não têm mais “potência” mas no dia da corrida dão tudo o que têm é cortam a meta com orgulho.
É isto a magia da corrida para todos! Por isso vemos aquele maratonista que chegou mais de 3 horas depois do primeiro a cortar a meta de braços levantados como se tivesse ganho a prova! E ganhou, ganhou a “sua” prova, o seu objectivo pessoal seja ele qual fosse.
É por isto que a Corrida Para Todos é talvez o mais democrático desporto porque permite ter um mar de “vencedores” numa mesma competição.
E foi para isto, para que pudessem correr na mesma provas “Ferraris” e “Renault Clios” que o Movimento Spiridon lutou.
Foi uma luta árdua mas vitoriosa!
Hoje ninguém concebe uma grande maratona internacional apenas aberta a uma pequena minoria de atletas de elite.
E até podemos afirmar que o desenvolvimento das grandes marcas em torno da corrida não seria o mesmo sem a imensa multidão de corredores de pelotão que participa nas provas.
O que faz cair recordes é, felizmente ou infelizmente, o dinheiro e prestigio que alcança quem consegue essas marcas. Sem a mole imensa de corredores amadores que envolvem as grandes provas nunca haveria um retorno financeiro que permitisse pagar as verbas principesca com que são obsequiados os recordistas munidas!
Pois quando o “Manuel Joaquim” acaba a sua maratona mais de 3 depois do primeiro cortar a meta e festeja como se tivesse ganho a prova esteve também a contribuir durante mais de 5 horas para que grandes atletas continuem a correr para grandes marcas, esteve também a contribuir para a grande festa que é a corrida. Mas o “Manuel Joaquim” é também um grande atleta, um grande maratonista, porque consegui levar o seu “Clio” a cortar a linha de meta com todas as limitações que o mesmo tem mas extremamente bem treinado e afinado!
(Texto dedicado a um grande amigo meu, amante de atletismo e automobilista e que se encontra em plena fase de afinação do seu “Clio” para correr na maratona do Porto).

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

MARATONA – A OPINIÃO DO PROF. MÁRIO MACHADO

Sobre a polémica lançada pelo arquitecto Luís Leite que afirmou no Facebook que quem corre a maratona acima das três horas não é maratonista (mais sobre este assunto pode ser lido aqui) publicamos um texto que nos foi enviado pelo Professor Mário Machado, director da Revista Spiridon, ao qual desde já agradecemos a colaboração.


Ao ler as críticas do Arq. Luís Leite sorrio, sorrio e vem-me à memória o longínquo ano de 1974, escassos meses antes do 25 de Abril. Nessa altura uma revista desportiva lançou a questão se a MARATONA ERA DESPORTO.
Pois bem 3 dos mais conceituados treinadores portugueses da altura disseram (e está escrito...) frases como estas: "A Maratona devida ser banida dos Jogos Olímpicos"... "É uma distância desumana, não há é coragem para acabar com essa prova"... "Mais do que 10 km já não é Desporto!"
O único entrevistado, dos vários intervenientes, que defendeu a Maratona fui eu, colocando a questão de outra maneira: "O problema não está em ser 42 km Desporto ou não o problema é apenas de preparação para a prova".
Em 1974 o problema para certas mentes era a distância... estilo até 10 km é bom mais é mau!
Agora, 40 anos depois o Arq. Luís Leite vem com a questão não da distância (atenção Sr. Arquiteto já há Campeonato do Mundo de 100 km devidamente reconhecido pela IAAF) mas sim com o tempo que se demora a percorrer o trajecto.
Ele menciona que acima de 3 h já ninguém é Maratonista! 
Fantástico como chegou a esse número redondo das 3 horinhas?
Porque não 2 h 48 ou seja um ritmo de 4 minutos por km?
Por que raio de luz escolheu 3 horas?
Como eu gostava de saber como chegou a esse número, bem vistas as coisas talvez pelo mesmo raio de luz que 3 dos melhores treinadores do nosso Atletismo, há 40 anos atrás estipulavam que acima de 10 km já não é Desporto.
Amigos MARATONISTAS das 2:02,57 até... até aos que demoram um pouco mais de tempo VAI AQUELE ABRAÇO e já agora BONS KM!
Mário Machado



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

RECORDE DO MUNDO DA ESTUPIDEZ!

Há quem talvez frustrado por não conseguir bater o recorde do mundo da maratona tente o recorde do mundo da estupidez. E consegue uma grande “marca” diga-se em abono da verdade!



sábado, 27 de setembro de 2014

CAMIÃO NA ECOPISTA OU O DEIXA ANDAR DA JUNTA DE FREGUESIA

Ao fazer hoje a minha corrida matinal deparei com um camião de uma empresa que vende pão com chouriço nas festas, e outro eventos, estacionado parte em cima da ecopista (não lhe chamamos ciclovia pois a sua utilização é mista servindo a ciclistas e corredores ou caminheiros) parte em cima do passeio conforme as fotos documentam.
A ecopista existente ladeia, em parte, o recinto das Festas aqui de Muge e esse camião tem a ver com um evento relacionado com as festas que vai decorrer hoje.
Acontece que o recinto das Festas tem espaço mais do que suficiente para a colocação do referido camião e nunca o mesmo foi colocado em cima da ecopista.
Esta atitude só demonstra uma total falta de respeito pelos utilizadores da ecopista além de contribuir para a degradação da mesma bem como do passeio envolvente.
Se a culpa desta situação em primeira instância se deve ao comerciante proprietário do camião os principais responsáveis por esta, triste, situação, são a Comissão de Festas que nunca deveria ter dado autorização para o veiculo ter sido colocado naquele local e o executivo da Junta de Freguesia que tem de estar atenta as estas situações e impedir que as mesmas ocorram.
Não basta ter boas infra-estruturas é necessário ter capacidade para zelar pelas mesmas.
É nestas pequenas coisas, na total falta de responsabilidade de um órgão autárquico, no “deixar andar” que se vê a educação de um povo ou a falta dela.
E quando os maus exemplos vêm de quem nos governa, sejam eles uma modesta Junta de Freguesia ou o governo da nação, está tudo dito...





terça-feira, 23 de setembro de 2014

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

COMO TRANSPORTAR O ISOTÓNICO

Todos sabem que há as mais diversas soluções para levarmos o nosso abastecimento preferido quer em prova quer em treinos longos.
Das mochilas de hidratação às bolsas de cintura há opções para todos os gostos.
Pese embora todo o leque de soluções que se apresentam no tocante ao transporte do abastecimento há quem opte por uma solução personalizada como a foto (indecentemente pirateada do Facebook do CarlosCardoso) que ilustra este texto comprova.
Se a solução encontrada pelo corredor da foto pode não ser a mais prática convenhamos que é das mais originais e temos que ter em conta a capacidade do reservatório o que pode ser uma mais-valia em provas de ultra trail pese embora a ergonomia do equipamento não nos pareça muito adequada a esse tipo de competições J



terça-feira, 16 de setembro de 2014

ATÉ O ESQUELETO SE ESPREMIA!

Obrigado São Pedro!
Que bela carga de água com vento forte e até um raio (sim apenas um raio que nisto dos “efeitos especiais” convêm alguma contenção do Santo senão pode ficar-se estorricado!).
Hoje até o esqueleto se espremia!
São estes treinos que distinguem os turistas dos maratonistas!...
Mas uma vez obrigadinho São Pedro!


domingo, 7 de setembro de 2014

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

PARIS EM LISBOA

A avenida Infante Santo é uma artéria da cidade de Lisboa com uma inclinação relativamente acentuada.
Esta relatividade tem a ver com as provas de trail que “baralharam” completamente o conceito de subida!
Quando comecei a correr, em 1980, e as organizações ostentavam, orgulhosamente, nos folhetos das provas “percurso plano” a Infante Santo subia como um raio!!  Felizmente tempos e conceitos são outros!
Recentemente ao passar na referida avenida avistei uma senhora que tinha todo o estilo de ser uma corredora e turista; que caminhava, mas todo o equipamento “cheirava” a corredora.
Quando a suposta atleta se aproximou de mim vi que ostentava uma camisola da maratona de Paris!
Claro que a referida camisola lhe pode ter sido oferecida mas desconfio mesmo que se tratava de uma maratonista e que já correu em Paris.
Agrada-me, particularmente, a ideia de pensar que uma maratonista francesa (e ela tinha mesmo “estilo” de ser francesa) já concliu os míticos 42,195 km na Cidade Luz mas não conseguiu vencer a “minha” Infante Santo!
Ainda recentemente subi a referida Avenida no final de um treino longo; a anos-luz daquele jovem atleta que fez 6 repetições da Infante Santo, entre a 24 de Julho e a Sant'Ana à Lapa. abaixo dos 5 ao km (segundo uma medição feita de carro porque na altura GPS não havia e esse troço dava 1 Km) num treino preparatório do Manteigas – Penhas Douradas), mas subi!
Pois é: a “minha” Avenida não foi derrotada por uma maratonista francesa.
Obrigado Lisboa, obrigado Infante Santo!
Nota: acreditem ou não a Avenida depois da maratonista Francesa passar piscou-me o olho e riu muito baixinho e eu respondi-lhe: Merci mon amour (obrigado meu amor).


terça-feira, 2 de setembro de 2014

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

domingo, 31 de agosto de 2014

GATO POR LEBRE

 Correr está na moda! Correr é algo socialmente aceite, algo “bem”!
Parra quem anda ligado a esta vida da corrida desde a década de 80, para quem ia treinar nas ruas de Lisboa e era mimoseado com frases do tipo: “vai trabalhar”, “maluco”, para quem viu a luta que foi preciso travar para implantar a corrida para todos em Portugal, esta onda, eufórica, que se vive em torno da corrida só pode ser motivo de satisfação.
Mas, há sempre um mas, é necessário que esta “moda” de correr não seja apenas uma moda e que crie verdadeiros praticantes de corrida.
Acreditamos que sim, que muitos dos vieram para a corrida nesta “onda” por cá vão ficar pois a corrida é viciante e uma vez vencidos os primeiros passos é como aquela frase, publicitária, do Fernando Pessoa: primeiro estranha-se depois entranha-se.
Mas esta moda da corrida tem também a vertente, e o aproveitamento, comercial como é evidente e é assim que vemos uma campanha publicitária de uma cadeia de supermercados a fazer um anúncio de sapatos para correr a um preço verdadeiramente “milagroso”.
A campanha é tão bem feita e apelativa que a vontade de ir correr é imediata!
Mas se a vontade de correr é imediata já o preço “milagroso” dos sapatos nos deixa muitas questões sobre a qualidade dos mesmos!
Num país em que o poder de compra da maioria pessoas é reduzidíssimo, grande parte das pensões de reforma uma miséria, o ordenado mínimo quase configura uma situação de semi-escravatura e o desemprego é enorme (pese embora todos os artificialismos usados para o “reduzir”) estas propostas de sapatos para correr a preços absolutamente incríveis são tremendamente tentadoras.
Os sapatos são a peça mais importante no equipamento do corredor sendo fundamental mesmo a sua qualidade e a escolha, criteriosa, de um modelo adaptado as nossas condições morfológicas.
Claro que quem corre três vezes por semana meia hora não necessita do mesmo sapato que quem está a treinar para a maratona. Mas um sapato de corrida tem de ter padrões mínimos de qualidade e quando vemos determinados preços lembramo-nos do ditado popular: quando a esmola é grande o pobre desconfia...
Sabemos que a vida não está fácil para imensa gente, que uns bons sapatos de corrida são um grande peso e rombo no orçamento mas façam os possíveis, e os impossíveis, para correram com uns bons sapatos para esse fim.
Se possível “fujam” até das chamas linhas brancas comercializadas por conhecidas cadeias de lojas de equipamento desportivo.
Se não podem ter uns sapatos de qualidade vão correndo com os sapatos que o vosso orçamento lhes permite mas tentem ir juntado aos poucos dinheiro para substituir os sapatos por uns de qualidade (sei como para muitas pessoas isso é tremendamente difícil...).
E há truques para comprar bons sapatos, bem mais baratos, recorrendo a lojas na Net que muitas vezes têm preços muito “agradáveis” e até se pode aproveitar restos de colecções e outras promoções.
É sempre arriscado comprar sapatos sem os experimentar mas há sempre a possibilidade de ir a uma loja experimentar o modelo que se quer comprar na Net... Também se estão muito habituados a uma marca de sapatos e sabem bem o número do modelo que calçam, normalmente tudo bate certo. Já quando mudamos de marca às vez o 41 que calçávamos na marca X não é a mesma coisa que o 41 da marca Y...
Enfim sobretudo não comprem gato por lebre e tenham muito cuidado com os vossos pés que são a peça fundamental onde assenta a vossa “máquina”! 

domingo, 24 de agosto de 2014

FAÇAM-NOS UM FAVOR!

Façam-nos um favor:
Leiam e divulguem este blogue: Corridas do João.
Este excelente atleta Luso, ainda meio desconhecido da blogosfera corredora, bem que merece as luzes da ribalta!



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

FÉRIAS

A caminho dos cinco anos de laboração ininterrupta a redação do UK vai encerrar para férias reabrindo em Setembro.
Até lá!


domingo, 20 de julho de 2014

PARA A HISTÓRIA DA MARATONA EM PORTUGAL

Ao vermos um anúncio, publicado na revista Spiridon número 29, de Julho/Agosto de 1983, de um centro de treino para a maratona que se iria realizar sob a égide daquela revista ficámos logo muito entusiasmados.
Julgamos mesmo que foi aquele anúncio que nos deu a segurança para nos lançarmos na grande “loucura” de nos estrearmos nos míticos 42,195 km.
Eu e o Egas imediatamente procedemos à nossa inscrição no referido centro de treino.
A Revista Spiridon iria organizar a segunda edição da sua maratona novamente no autódromo do Estoril a 18 de Dezembro.
Se o papel da Spiridon foi pioneiro e preponderante no lançamento de prova da maratona aberta a todos os atletas em Portugal e na desmistificação da distância este centro de treino, e o que se viria a realizar em 1985 (no qual também participámos), foram fundamentais para que novos corredores de pelotão se lançassem, como toda a segurança, na aventura de correr uma maratona.
Numa época em que pouco anos antes correr uma meia maratona ainda era algo do “outro mundo” e em que a maratona ainda era considerada por muitos como uma prova desumana (mesmo por treinadores e dirigentes consagrados do atletismo nacional) estes centros de treino vieram dar uma preparação sólida aos futuros maratonistas para enfrentarem a distância sem percalços e vieram, igualmente, treinar os atletas com base em conceitos modernos, cientificamente provados, e usando os métodos de treino mais avançados na altura no que concerne a correr uma maratona.
Estes centros de treino criaram um grupo, mesmo que pequeno, de maratonistas que aprenderam como se treina tanto no geral como para uma maratona em particular.
E se considerarmos que cada participante nesses centros de treino tendo vários amigos corredores acabou por transmitir a esses amigos o que aprendeu sobre treino e desmistificando o papel de “bicho papão” que era atribuída à maratona então ainda dá entender melhor o alcance desta iniciativa.
Estávamos numa época em que a informação era escassa e lenta e por isso todo o saber que estes maratonistas pioneiros adquiriram e transmitiram a amigos foi de importância vital!
Praticamente e injustamente ignorados estes dois centros de treino para a maratona organizados pela revista Spiridon fazem parte integrante da história da maratona em Portugal e dessa mesma história não podem ser desassociados.
Do ponto de vista pessoal a nossa participação nesse centro de treinos no já longínquo ano de 1983 trouxe-nos grandes amizades para a vida, que ainda hoje se mantêm, conhecimentos sobre métodos de treino que desconhecíamos por completo, e o título de maratonista obtido com os tempos de 3:49:20 (Egas) e 3:28:14 (Jorge).
Por mera curiosidade deixamos aqui a imagem da última folha da planificação do treino que nos foi fornecida.
Hoje sorrimos ao ver aquela carga de treino que na idade e condições físicas actuais seria completamente impossível de executar.
Ao olhar, nostalgicamente, aquela folha vem-nos sempre à baila aquele conceito que temos de que agora corremos e antigamente treinávamos! Sim, correr e treinar são coisas bem distintas!
Já agora saliente-se que a divulgação daquela folha treino é apenas uma mera curiosidade e não para servir de exemplo como treino actual a quem quer que seja pois trata-se de um treino devidamente especificado e personalizado para um determinado objectivo e concebido com profundo conhecimento do atleta a quem era dirigido.
Por mais anos que passem nunca mais vamos esquecer o Centro de Treino Para a Maratona!




domingo, 6 de julho de 2014

MADRUGADA A CORRER NUM MAR DE SENTIMENTOS!

Quando vi o anúncio da prova Madrugada a Correr fez-se um “clique” no cérebro!
Confesso que correr àquela hora e ver o sol nascer não é nenhuma novidade para mim pois socorro-me de horas bem madrugadoras para fugir ao calor aqui em treinos pela Lezíria Ribatejana! O percurso entre o Estádio Nacional e a Rotunda de Algés também não é algo que se me afigure atractivo e a distância de 7 km então é uma “desgraça” para quem não gosta de provas de 10 km e só começa a sentir que vale a pena fazer uma prova a partir dos 15 km!
Mas o tal “clique” que tive foi imaginar-me a fazer a prova e depois seguir para um treino que acabaria na casa de um tio meu perto da Avenida Infante Santo em Lisboa. Com alguns acrescentos daria algo a rondar os 21 km e seria um treino de sentimentos para mim!
Vivi 30 anos na Avenida Infante Santo, treinei muito no Estádio Nacional e toda a zona das docas entre o Cais Sodré e o Estadio Nacional foram a minha “casa” de treinos! Construi grande parte das minhas modestas 4 maratonas e a minha ultra maratona nessas zonas na já longínqua década de 80 do século passado!
Mas muito mais que isso alguns familiares meus, já falecidos, viveram, ou trabalharam, ao longo do desse percurso nomeadamente entre a Cruz Quebrada e Algés.
Pode-se dizer que cada metro desse percurso me traz algumas memórias especiais
Conjugando a boa vontade do João Lima que desde a primeira hora se ofereceu para me ir buscar à Infante Santo com o alojamento em casa do meu tio Egas Branco lancei-me na aventura da Madrugada dos Sentimentos.
Depois de “não pregar olho” a partir das 3:30 da manhã e me ter levantado às 4 encontrei-me como o João Lima ainda antes do que estava combinado que seria as 5:05 da matina!
A prova em si o que teve mais de especial foi a companhia do João que mesmo com a prova que fizera na véspera e os problemas de saúde que o atormentam ainda deu para meter um andamento algo vivo para um “coxo” como eu e que a seguir a terminar a prova ainda lhe faltavam correr mais dois terços!
De salientar que logo no percurso da prova assinalei o primeiro ponto sentimental ao passar à porta do prédio onde viveu a minha Tia Branca na Avenida Ivens (mais conhecida pela Marginal) em pleno Dafundo.
Confesso que acabar a prova, entregar o chip e depois arrancar em solitário para mais 14,160 km de corrida não foi fácil!
Avenida Pierre de Coubertin, lá vou a descer, descontraidamente, em direcção à Cruz Quebrada aplaudindo e incentivando quem vem a terminar a sua prova.

Quantas vezes desci aquela Avenida para os meus treinos longos em que “voava” para o Cais de Sodré ou a subia em “alta velocidade” no regresso desses mesmos treinos!
Foi também por essa Avenida que parti e voltei (na companhia do Egas) para uma ligação, histórica, de um treino entre o Estádio Nacional e o Estádio Universitário integrado na preparação para as 12 Horas de Vila Real de Santo António em 1987!
Cruz Quebrada: aqui desço para o Paulo Duque e há que fazer um pequeno desvio passando pelo túnel e pela ponte sobre o Jamor para me dirigir ao Largo da Estação.
Chove e a pequena descida no passeio escorrega como tudo!
Largo da Estação, a antiga Fabrica Portuguesa de Fermentos Holandeses agora é um edifício em ruínas, emparedado, que faz doer a alma a quem é neto de um homem que ali trabalhou 40 anos da sua vida dando o melhor de si! Onde também trabalhou uma tia e um tio meu!
Na minha família aquela fábrica foi sempre os Fermentos.
Olho para o edifício e julgo que ainda consigo identificar a janela do gabinete do meu avô Eugénio Nunes Branco! Passa-me toda uma vida pela frente, emociono-me, comovo-me! Mas está feita a primeira homenagem daquele treino tão especial! O primeiro lugar de sentimento!
Volto para a Policarpo Anjos e passo à porta de onde viveu o cunhado do meu tio, Luís Botas (falecido há relativamente pouco tempo) e onde ainda mora a cunhada, a Lourdes. Mais um mar de emoções, mais uma casa que me foi tão familiar e onde passava tantas vezes depois dos treinos no Estádio Nacional.
Atinjo a Paulo Duque e aqui os sentimentos são muitos intensos: num gaveto virado para a marginal viveram os meus tios Adelaide (tia avó) e João Barros e em frente desse prédio a irmã desse meu tio, a Ema.
Um mar imenso de recordações, um oceano de vida, tanta, tanta coisa naquela pequena rua. Vou mesmo até à esquina à porta do prédio e volto para trás a fim de seguir para Algés pela antiga linha dos eléctricos.
Em Algés passo para o lado de lá da linha pelo túnel da estação e entro num percurso que tem tantas histórias e recordações que seria fastidioso falar de todas aqui!
Chove, está vento (felizmente de costas) mas aquela zona é sempre bela!
As pernas ainda vão relativamente leves mas estranho o piso de paralelepípedos do qual já nem me lembrava!
Atinjo a Torre de Belém e como o treino é mesmo de turismo e sentimento corro mesmo no pequeno pontão que acaba no Tejo. Olho aquele Tejo imenso que me corre nas veias e me segue desde criança!
Volto para trás e contorno o relvado do Jardim da Torre de Belém. Centenas e centenas de quilómetros percorridos naquele jardim que eu e o meu tio conhecíamos de olhos fechados o que nos permitia treinar mesmo de noite sem frontal (frontal o que era isso? Nem se usava na altura!).
E segue o treino, as docas estão tão diferentes das “minhas” docas”.
Padrão dos Descobrimentos, dou mesmo uma volta à monumental Rosa do Ventos no chão de pedra, tão bela! Como eu gostava de passar ali em treino!
As pernas já pesam alguma coisa, chove, faz vento, e as docas parecem-se algo com as docas do meu tempo pois só se vêem pescadores!
Pensava que iria ter um dia de sol, aquilo pejado de gente: caminheiros, ciclistas, corredores, simples passeantes mas nada, só pescadores.
Jardim da Cordoaria (como a gente lhe chamava), aqui o meu tio tropeçou num espigão que segurava um banco de jardim ao chão, roubado na véspera, e deu a maior queda da sua carreira de corredor de fundo com a fissura de uma costela, que lhe custou uma paragem de mais de um mês!
Começo a “fazer mira” à Ponte 25 de Abril que tanto passei por baixo, em treino e algumas vezes por cima, em prova!
Passo a ponte e lembro-me de quando aqui fiz um treino em que o vento era de tal ordem que quase nos queria atirar ao Tejo e onde o barulho da chuva tocada a vento contra os frágeis impermeáveis nos impedia de ter uma conversa normal. Só nos ouvíamos aos gritos e muito mal.
Gare Marítima de Alcântara, da minha Alcântara proletária de operários da CUF, estivadores e varinas! Da minha Alcântara, minha pátria, minha freguesia, sou de muitos lados mas Alcântara é a minha pátria mãe!
A recordação mais antiga, do fundo do baú das minhas memórias, que envolve esta Gare reporta-se à chegada do meu ex padrasto vindo da Guerra Colonial, a multidão que aguardava o desembarque, os acenos, os lenços, os gritos os choros, o meu padrasto que me pega ao colo e o menino que já nem o reconhecia na sua farda de oficial e no primeiro momento tem um certo “receio” daquele “polícia” que lhe pega ao colo!       
Pesam as penas mas a Infante Santo está perto!
Finalmente chego ao viaduto da Infante Santo. Quando aqui vivi ele ainda não existia e para passar para o lado das docas ou se ia à passagem de nível do Jardim da Rocha do Conde de Óbidos ou ao túnel da estação de Alcântara – Mar.
19 km e picos, chuva, uma escada para subir e descer não é algo que me agrade lá muito mas tem que ser!
Infante Santo e toca a subir! Não é fácil! A “coisa” sobe proporcionalmente à falta de forma!
Estou a passar ao número 48, aqui vivi praticamente 30 anos da minha vida, deste tenra idade.
Cansado, ensopado, dorido muscularmente, olho lá bem para o alto, para o 10º andar e passa-me toda uma vida pela frente em flash rápido! Emoção, emoção, emoção. 
E continuo a subir, penosamente, aquela Avenida onde cheguei a fazer séries abaixo dos 5 minutos ao km para o Manteigas-Penhas Douradas! Já não existe mais o Gasómetro, agora são prédios modernos e num desses a loja de um amigo meu.
Cruzamento da Sant'Ana à Lapa e agora subo a pela Sant'Ana à Lapa? NÂO!
A Infante Santo é para se fazer toda! Toma lá mais uma subida para estares calado, toma lá com a Domingos Sequeira!
Campo de Ourique! Subi um bocado desde lá de baixo do Tejo! Agora é descer um pouco e estou no “centro de estágio”.
Ensopado, estropiado e feliz chego a casa dos meus tios! Sou logo brindado com foto à saída do elevador! Até tive medo de ir de elevador de tão molhado que estava, mas escadas depois destes 21,300 km...?!
A minha tia horrorizada dá guia de marcha acelerada para o banho! Ai que apanhas uma pneumonia! Nem tive tempo de respirar! Mal ela sabe que o marido apanhou “toneladas” de molhas iguais ou maiores só que tomava banho em balneários!...
Esta corrida/treino é para o meu “irmão” João Lima e em memória de Gertrudes Maria Valente e Branco e Eugénio Nunes Branco, Laia e João Barros, Branca Bélgica, Ema e Luís Botas com muita saudade mas nenhum esquecimento.
Nota: tirando as duas primeiras fotos que ilustram este texto todas as outras fotos são “fotografias de saudade”.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

CORRIDA DOS GAMBUZINOS

Numa época em que cada vez se recorre mais ao pedantismo piroso de “baptizar” provas portuguesas com nomes em inglês esta prova chamou-nos a atenção pela extrema originalidade do nome!
Sim é possível ter provas com o nome em português que do ponto de vista publicitário atraem logo os potenciais clientes ou seja os atletas. É tudo uma questão de originalidade e de ter algumas noções de publicidade!

domingo, 29 de junho de 2014

CORRIDA DAS FOGUEIRAS - FOTOS

FOTOS: MAFALDA LIMA
GENTILMENTE CEDIDAS POR: JOÃO LIMA

sexta-feira, 27 de junho de 2014

domingo, 22 de junho de 2014

CRIOTERAPIA

Depois de uma corridinha um pouco mais longa vamos lá dar manutenção e (tentar) recuperar as “peças”! J

sábado, 21 de junho de 2014

VERÃO! (no calendário...)

Começou o Verão!
Cuidado com a chuva, perdão quero dizer com o calor e a exposição aos raios solares!
Tenham especial atenção com a hidratação e procurem, tanto quando possível, correr nas horas de menor calor. Usem roupas claras e protector solar!
Bons treinos!
*
Nota: a foto que ilustra este texto não é do verão mas sim da primavera! Quando a mesma foi tirada ainda faltava, aproximadamente, meia hora para começar o verão, por isso a razão de tanta chuva! J


sexta-feira, 13 de junho de 2014

OMD – 100 MILHAS – 160KM – 2ª Geral Feminina 6/06/2014 – Serra da Estrela

Por Carla André

Uma estrela à distância de 100 milhas que consegui apanhar! 
Para querer há que sonhar e para conseguir há que tentar! Pois bem, foi isso que aconteceu, sonhei, tentei e consegui, já tenho nas pernas as 100 milhas, e que 100 milhas! OMD! 
Recuperado o sono de duas noites em branco, já posso escrever umas linhas sobre esta minha aventura que faz jus ao nome ‘aventura’, e ao nome real, ‘Oh Meu Deus’! 
Quem me conhece sabe que o meu fascínio é a distância, gosto de desafios com muitos dígitos. Depois de ter percorrido 146km nos Caminhos do Tejo em 2013, o número que seguia só poderia ser o 160 ou seja, as 100 milhas. 
Quem me conhece sabe também que sou teimosa e que quando determino um objectivo não é à primeira que desisto. Em 2013 tentei as 100 milhas na ‘ Ultima Frontera’ mas não consegui, ficando nos 119km, fruto de falta de preparação e erros, erros que aprendi e me ajudaram a construir o caminho que tracei este fim de semana. 
A lista de provas é grande, mas em Portugal só há uma em 2014, a primeira, única, e a mais difícil de todas, o OMD, que percorre 160km pela Serra da Estrela, uma serra muito baixinha:) 
6 feira chegou o grande dia de entrar naquela temível meta! O temporal, chuva, ventos, alertas, ajudaram a que os nervos triplicassem e o acreditar que não iria fechar a página das 100 milhas nesta prova. Mais uma vez parti com uma sensação que poderia não terminar, mas para isso estaria preparada pois já tinha o plano B para as 100 milhas. 
O ar apreensivo do Paulo a contar que eventualmente podiam não deixar subir a torre por uma questão de segurança deixou-me com um sorriso triste, o nervoso apoderou-se… mas S Pedro até foi simpático e a chuva parou precisamente na altura da partida. Dia 6, 16h, ai vamos nós para a grande aventura! A falta de chuva acabou passados uns poucos kms e lá veio para nos atormentar durante cerca de 50 kms… O percurso é maravilhoso, vivia um misto de felicidade, medo, coragem, mas acima de tudo a certeza que Deus me ia proteger sempre! Os primeiros kms foram maravilhosos com o apoio do Hugo e dos meus amigos que foram tentando cruzar-se a cada ponto possível para gritos de forças, indescritível! Aos 37km chegamos a Loriga onde fomos acolhidos com uma bela sopinha e alguns petiscos para dar força para o que ai vinha! O carinho das pessoas era imenso, confesso que nunca senti tanto apoio e carinho como das pessoas da terra, que se aliaram a esta organização e que tornaram tudo tão especial como uma festa, éramos recebidos a cada ponto como uns autênticos reis e rainhas, não nos faltava nada! 
Pois que tudo isto foi muito importante, seguia-se uma parte bem durinha, íamos dar uma volta em que passávamos por mais duas aldeias e voltaríamos a Loriga. Esta volta seria feita maioritariamente por levadas de água. Fomos logos avisados que deveríamos ir pelas levadas e não na berma que seria muito perigoso…a primeira parte consegui fazer à beira da valada, era um trilho ‘consumível‘ e as ravinas eram pequenas. Após a 2ª aldeia tudo piorou e assumir o banho nas pernas até ao joelho, foi num tirinho quando comecei a ver a beira das levadas com rocha facilmente escorregável e a olhar para o fundo e ver que havia uns bons metros abaixo, ok, ai vou eu pela levada…cerca de 20km com os pezinhos na agua foi bem durinho! Adoro água, lama, rios, mas numa prova de 160 km tornava tudo mais desafiante! Entre estas aldeias e devido às rochas molhadas vivi um pequeno susto. Sou uma pessoa cuidadosa nos trilhos técnicos tendo sempre em mente que prefiro ir mais devagar e ‘sobreviver’ do que sofrer uma queda, penso sempre que tenho milhares de kms pela frente.  Numa descida um pouco mais escorregadia, em segundos tinha a cabeça no chão, escorreguei e nem sei como, não me amparei por causa dos bastões Levantei-me, à volta só escuridão e natureza, encostei-me a uma árvore e levei as mãos a testa… melhor começar pelo fim para não assustar ninguém, esta tudo bem! Da cabecita saia sangue e eu pensei, meu Deus, espero não ter feito asneira. 
1 Minuto para respirar, sentia-me muito bem, não tinha vómitos nem tonturas, foi só um raspãozinho para levar uma recordação da prova! Mais abaixo apanhei as minhas amigas levadas e lavei a testa, coloquei o lenço e segui. Nesta zona atendendo ao elevado perigo haviam mais bombeiros que atletas, que confirmavam se estava tudo ok e estavam de prevenção. Pensei logo que não poderiam olhar para a minha testa porque ficariam alarmados e tapei a cabeça e respondi uma mentirinha, 'está tudo bem atleta?' 'Sim claro!’ No pensamento, 'sim está tudo bem, só dei ali um tralho bati com a cabeça, deitou montes de sangue mas estou fixe, ainda não vomitei'…lol…e lá segui, sentia-me muito bem, mas tive por momentos o coração nas mãos, senti que houve ali um anjo que me protegeu! A aldeia que se seguiu teve direito a música, à chegada de cada atleta tinha um conjunto de pessoas a cantar e tocar para nós! Que máximo! Confesso que não resisti a dançar um pouquito, haverá algures fotos a comprovar que se calhar não vou ver. 
E por falar em anjos há pouco, 
Deus coloca-me sempre um anjo da guarda nestas provas com muitos dígitos, e assim foi, mais ou menos ao km 50 e pouco Deus colocou-me ali a minha companhia até ao final da prova, o Mauro! O Mauro estava a ‘vassourar’ a prova, mas o lugar em que eu seguia não me preocupava absolutamente nada. Uma prova extrema como esta em que estão a tentar cerca de 40 atletas, dos quais 3 mulheres, o importante é o título Finisher! E lá seguimos os dois a conversar. Confesso que adoro musica, adoro estar comigo em prova mas soube tão bem este momento em que tive alguém para partilhar as levadas, as subidas, as descidas, a sopa, as meias, os sapatos, .. etc etc… tudo menos a queda que só lhe contei no fim..e lá chegamos a Loriga novamente, vimos o nascer do Sol antes de chegar, das paisagens mais bonitas de ver! Adoro o nascer do Sol! À noite seguiu-se o dia e o que teríamos pela frente seria inigualável, a subida a Torre!
Ajustei bem o equipamento para o frio, olhei para o livro de bordo e vi que até a Torre seriam 12kms, ok, pertinho! O pior seriam mesmo os 1400D+ até lá chegar, e fiquei logo animada quando o Mauro disse, fazemos isto em 4h…what? 4h para 12km…que maravilha, venha lá a escalada! Dos percursos mais bonitos da prova! Tenho pena de não ter o hábito de fotografar, as fotos que tiro ficam-me na memória, é imponente e maravilhoso subir a Torre pela conhecida Garganta de Loriga! Naquele momento agradeci mais uma vez a Deus por ter construído aquele cenário e por permitir que eu tivesse tido a coragem de ali estar! Chegar a torre é brutal, a parte quase mais difícil já estava e já estávamos com 85km. 
Entro na torre e só digo, estou a morrer de calor. Sei que tiraram a temperatura a todos os atletas mas a mim não foi necessário, parecia eu que tinha saído da praia com tanto calor. Bendito equipamento que me permitiu chegar ali bem quentinha, valeu a nota preta que gastei! Comidinha, palavras simpáticas, aqueceram-nos a roupa, os pés as mãos, sentei num sofá, o Mauro também, com um cobertor, e pedi…’são umas pipocas e um filme por favor, hehehe’ (há foto a comprovar)…isto durou uns minutos só para animar, porque tínhamos de seguir viagem. Estava muito muito bem e aí arrancamos nós para o vale do Rossim, que maravilha! Um percurso fenomenal, com neve e paisagens de cortar respiração! Cruzamo-nos com atletas que conhecíamos e estavam nos 70km, e foi muito animador essa troca de palavras e fotos! 
Mesmo antes de chegar a Vale Rossim uma simpáticas palavras trocadas com o Armando Teixeira que estava em treino, muito animador também, e 103km já estavam! 
Quando cheguei a Vale Rossim as bolhas que me andavam a chamar há alguns kms quiseram mesmo apresentar-se, ‘olá eu sou a bolha da tua palma do pé e vou contigo até ao fim!’ Nãooo!! Mas assim foi… tenho muito cuidado com os pés porque são o mais importante nestas distâncias mas com uma boa dose de kms em água, pedras etc, não escapei… O compeed lá me aliviou mas as bolhas lá foram conversando comigo dificultando o resto do percurso. Mas querem vir comigo? Ok, mas vão ate ao fim porque não vão ser vocês que me farão desistir! Ai seguimos nós, com destino a Malhão e depois a Folgosinho onde estariam as nossas malas para trocar de roupa, e papar mais uma sopinha. Neste posto deixei um saco de cama para o caso de o sono ser mais forte que eu. Mas eu fui mais forte! Faltavam apenas cerca de 34km para terminar e só ali tive a certeza, doa o que doer, hoje vou ver aquela meta! E tinha de seguir, não houve tempo para dormitar, mudei roupa, cuidar pezinhos, comer e siga, a meta é nossa! Lá saímos os dois bem dispostos, conversadores e às risadas, a tentar que as bolhas fossem bugiar mas elas estavam preparadas para me acompanhar! Correndo e andando lá fomos, o percurso seria mais fácil tecnicamente mas foi o que mais me custou, os pés estavam muito massacrados , foi muito doloroso mas bonito ao mesmo tempo… vimos o nascer do sol novamente e sabíamos que estávamos a chegar! A 10 kms do fim o meu sorriso já era forçado, chorei e rezei para aguentar as dores! O caminho não passava, queria correr e não conseguia, muito muito difícil! Quase a chegar, pensei eu, ainda tivemos de dar uma enorme volta não sei por onde, estava cega de dores ..ate que aparece o Miguel Baptista, com a sua maquina e os seus 100km nas pernas, vi a luz, devo estar perto… éramos 3, eu o Mário Silva que entretanto apanhámos, e o Mauro, animados pelo Miguel. O Miguel diz, depois daquele carro é a meta, desato a correr e dou um salto como se não acreditasse, tenho o Hugo e a meta dos meus sonhos a minha frente!!!! 100 milhas, estas já ninguém me tira!!! Não da para descrever o que é chegar a uma meta destas, a prova mais dura que existe em Portugal, na minha opinião, muito técnica, e pela distancia, e eu acabei de a fazer! 
Ao contrario de Ronda não chorei, Ronda era um sonho, as 100 milhas um objectivo muito claro! Havia emoção, mas a mistura do sono, dor e cansaço ainda não me deixam interiorizar o que acabei de alcançar! Eu tinha um sonho de Ronda há um mês e fiz, tinha o objectivo de 100 milhas e já esta… até parece fácil! 
Agora confesso que olho para a frente e não vejo uma linha, vou ter de desenhar essa linha. Gosto de seguir um foco de luz como segui nas 100 milhas, preciso! Mas agora já completei a distância, vou ter de encontrar o próximo rumo. A pergunto que mais oiço desde ontem é, qual a próxima? Neste momento tenho dificuldade em responder, mas vai haver, tudo o que tenho planeado para a frente é pequenino demais à luz desta prova. Temos de construir os sonhos como um castelo, desenhá-los e lutar por eles. Colocar um tijolo de cada vez, muitas vezes os tijolos caiem e temos de voltar a pô-los, também me aconteceu quando desisti, quando coloquei o tijolo pela 2ª vez sai mais forte, é só essa certeza que trago comigo! 

Prometido é devido e o meu próximo passo é tentar ir fazer os 65km dos Caminhos do Tejo já no próximo Sábado, agradecer a Nossa Senhora toda a protecção e força que me tem dado neste longo caminho! Aqui a distância que fizer não é importante, o importante será a meta, a Ela vou agradecer e pedir inspiração para os próximos projectos! Quem sabe saia de lá com o novo desafio a seguir. 

Obrigada ao Hugo que me acompanhou sempre neste longo percurso, antes, durante e depois, aos meus amigos que lá estiveram e aos que acompanharam de longe e em sofrimento ao longo da prova. Obrigada ao Aires Barata e ao Pedro Sanguino pelas recomendações de equipamento, valeram ouro! Obrigada ao Miguel Batista pelas muitas fotos, são elas que vão permitir eternizar os momentos que por lá passei, e obrigada por vires buscar nos últimos momentos da prova e captar o sofrimento final! Um obrigada muito muito especial à minha companhia nesta aventura e que me permitiu terminá-la, Mauro, obrigada do fundo do coração! 
Parabéns muito especiais à Horizontes pela excelente organização desta prova de tão grande distância, as marcações irrepreensíveis, os abastecimentos, o percurso duro duro em que dissemos muitas asneiras, mas que depois deu mais gozo à luta, o pequeno guia que construíram com a descrição pormenorizada de todo o percurso, absolutamente fenomenal e confortante saber o que nos espera (e ser à prova de água! Lool), o terem conseguido mover uma zona inteira para vos ajudar e aliarem-se a todos os atletas, tudo com um detalhe e pormenor irrepreensível, falhou alguma coisa? Deve ter falhado, mas possivelmente um pormenor, seria impossível não falhar, foi simplesmente brutal e estão de parabéns por esta magnífica prova que é e será sempre as melhores 100 milhas de sempre! Podem vir muitas mas a vossa, é a prova de 100 milhas em Portugal! Terá sempre um significado diferente porque foi onde entreguei a minha estreia, mas também por toda a dedicação e carinho que colocam nela, merecem os profundos parabéns e que seja sempre um sucesso! 
Parece que fechei mais um livro, vários capítulos, aprendi muito e retiro apenas que os ingredientes mais importantes nesta magia que é a corrida são, o sonho, a luta, a dedicação, o acreditar, os amigos, o coração e acima de tudo a Fé que move montanhas e dá-nos forças quando elas já não existem, ela leva-nos onde queremos e torna-nos pessoas mais felizes e melhores! 
Obrigada por conseguirem ler-me até aqui, até a uma próxima aventura.