sexta-feira, 30 de abril de 2010

DANA E EMIL ZATOPEK

Devido ao seu interesse transcrevemos, na integra, uma mensagem recebida da equipe OS ZATOPEQUES.
Publicamos, igualmente, uma tradução da referida carta que é da responsabilidade do Último Quilómetro.
Esperemos poder contar, brevemente, com um texto sobre os Zatopeques escrito pelos próprios.
Aproveitamos para lançar um desafio a todas as equipes de corredores: o Último Quilómetro encontra-se disponível para publicar a história das vossas equipes. Escrevam-nos!
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Ora viva boa tarde,
Para conhecimento de todos os Zatopeques e amigos desta equipa, junto em anexo uma carta recebida de Dana Zatopek, esposa do falecido Emil Zatopek, assim como uma foto de duas que ela nos enviou, juntamente ainda com um folheto muito interessante, que oportunamente digitalizaremos para enviar a todos. Esta carta é resposta a uma enviada pela nossa equipa à referida Senhora. Relembro que Dana Zatopek também foi campeã olímpica, no lançamento de dardo, no mesmo ano que foi o marido, Emil Zatopek. Esta senhora fará no dia 19-09-2010, 88 anos, assim como o marido faria se fosse vivo. Por curiosidade, nasceram exactamente no mesmo dia e ano.
Saudações desportivas
A equipa
ZATOPEQUES
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Queridos amigos, ler a vossa carta foi uma alegria para mim. Muito obrigado. Parabéns pela iniciativa de correrem. Fico muito feliz por saber que o meu marido, Emil, é um bom exemplo para os jovens. Mando-vos algumas fotografias e desejo-vos muitas horas felizes a correr. E, claro, que muitos outros rapazes se juntem à vossa equipa!!
Saudações para todos
Dana Zatopek
Praga, 19-04-2010

Tradução: Gil Mendo / Último Quilómetro




Nova missiva enviada pelos Zatopeques.
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Bom dia Jorge Branco
Agradeço que tenha publicado a carta de Dana Zatopek no seu blogue. Apesar de não ser atleta, gosto de ler o que se vai escrevendo sobre o atletismo, por isso vou vendo alguns blogues nomeadamente o seu. Desde já lhe transmito os meus sinceros parabéns, pelo mesmo.
Há cerca de 30 anos que acompanho o meu marido (Rui Alberto) nestas andanças das corridas e que o apoio em tudo o que é necessário, nomeadamente na logística administrativa, fazer inscrições, marcar dormidas, refeições, etc. quando fazemos alguma excursão, ou quando vamos para fora.
Isto para lhe dizer, o porquê da razão porque sou eu que estou a escrever.
Fiquei tão entusiasmada quando vi na caixa do correio a carta da Dana Zatopek, que me lembrei logo de enviar a mesma. No entanto falhei. Deveria ter enviado primeiro a carta que lhe enviámos. Assim junto em anexo a referida carta que conta como nasceram os ZATOPEQUES, pois tivemos que explicar à senhora a razão desta equipa.
No seu mail pergunta quais os objectivos da equipa. Coloquei a questão ao Rui Alberto e ele partilha da mesma opinião que eu. Os objectivos principais, são manter a prática de uma vida saudável, conviver com os amigos, dar-mos os nossos passeios, uma vez que a corrida é sempre o objectivo dos mesmos, tentar levar mais pessoas a manter esta vida saudável
Os Zatopeques também têm um grande grupo de caminheiros. Temos pessoas no nosso grupo, que dizem que desde começaram a caminhar connosco, que as suas vidas mudaram para melhor, que são muito mais felizes.
Ora é isto que nos move, que as pessoas sejam felizes...
Como deve saber os ZATOPEQUES foram a Praga à meia maratona, (4 atletas e 15 a baterem palmas) Tive uma ideia que acho que foi brilhante, peço desculpa por demonstrar esta vaidade, mas na realidade fiquei orgulhosa de mim, pois fiz 19 gorros com as cores de Portugal. Foi surpresa para o grupo e ofereci-lhes na manhã da prova. Foi maravilhoso, divertimo-nos e divertimos os outros. Envio-lhe também uma foto do grupo e uma do pormenor (do referido gorro)
Um abraço
Isabel Alberto

D. Danna Zatopek

Permita-nos que façamos uma breve apresentação da equipa “ZATOPEQUES” e que lhe transmita o motivo porque lhe estamos a escrever.

Somos um grupo de amigos, de um pequeno país plantado à beira mar, chamado Portugal.

Há cerca de 30 anos, iniciámos o hábito de fazer uns treinos de corrida a pé, com a finalidade de mantermos uma vida saudável. Pouco tempo depois começámos a participar nalgumas provas e o grupo de amigos começou a crescer. Surgiu a necessidade de formamos uma equipa para facilitar as inscrições. Para tal era necessário um nome. De imediato houve uma sugestão “ZATOPEQUES”, (em português, plural de Zatopek, se é que se pode traduzir um nome), isto porque o proponente quando era pequenino corria muito e na aldeia chamavam-lhe ZATOPEK, época em que o seu marido estava no auge da carreira.

Durante todos estes anos, já passaram por esta equipa cerca de 150 atletas e 120 caminheiros.

A nossa equipa não tem patrocínios. Cada um compra os seus equipamentos e paga as despesas inerentes às inscrições e deslocações. Esta foi a razão pela qual nunca nos foi possível ir a Praga e contar pessoalmente ao seu marido a existência desta equipa e demonstra-lhe o quanto tínhamos orgulho no nosso nome e quanto o apreciávamos.

Só agora nos vai ser possível, participar na meia maratona de Praga que se vai realizar dia 27 de Março, lamentamos não ter sido na vida dele.

No entanto, não queríamos deixar passar esta oportunidade, sem lhe transmitir e partilhar consigo este acontecimento que, para nós é muito importante, a deslocação de alguns atletas da equipa “Zatopeques” correrem na meia maratona de Praga e desta forma homenagearem o grande atleta Emill Zatopek e a grande campeã olímpica Danna Zatopek uma vez que, temos conhecimento que foi uma excelente atleta da alta competição e transmitir-lhe também que a admiramos e louvamos, apesar de não ser da nossa modalidade.

Uma vez que a nossa equipa está sempre em renovação, temos muitos jovens a correr connosco, o vosso apelido ZATOPEK, será por muitos anos lembrado e respeitado em Portugal, bem como iremos propor ao grupo a alteração do nome da equipa para ZATOPEKS, para assim ficarmos mais próximos e autênticos.

Desejando-lhe as maiores felicidades enviamos saudações desportivas de toda a equipa ZATOPEQUES.

domingo, 25 de abril de 2010

CORRIDA DA LIBERDADE 2010

Pequeno vídeo, caseiro, feito na Corrida da Liberdade em Lisboa.
Com um abraço especial ao amigo Esmeraldo Pereira e aos outros amigos dos Zatopeques bem como a todos os que participaram nesta prova comemorando desportivamente o 25 de Abril.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O MEU “MP3”

Nunca fui apologista de correr escutando música ao mesmo tempo.
Aqui há uns anos sugeriu essa moda de correr escutando música. Ainda eram as velhinhas disquetes e uns aparelhos um tanto ou quanto pesados.
Com a evolução da tecnologia surgiram os modernos leitores de “MP3”, minúsculos e leves, e o prazer de escutar musica enquanto se corre tornou-se extremamente facilitado.
Acredito que possa ajudar, e muito, escutar a nossa música preferida durante um treino ou mesmo uma prova.
Sei até de casos em que há corredores que programam as músicas que vão ouvir consoante a altura da prova em que se encontram.
No meu caso pessoal sempre gostei de ouvir o som ambiente que me rodeia e sempre achei que a concentração e mentalização que a corrida implica, requer silêncio e uma busca de palavras que vêm do interior de nós próprios e que nos fazem superar os momentos difíceis.
Se é verdade que nunca ouvi música enquanto corria é igualmente verdade que “ouvi” muitos amigos a incentivarem-me enquanto corria e estabelecia imensos “diálogos” interiores que me levaram a superação dos meus limites.
Relativamente aos sons ambientes, quando corria na cidade grande e era um “animal” do asfalto, toda a minha atenção ia para o trânsito e a minha segurança em relação ao mesmo. Mas ainda me sobrava atenção para escutar as conversas das pessoas, o viver e pulsar da cidade.
Como eu gostava de ouvir os comentários das pessoas ao passar, feliz, por uma paragem de autocarro, num início de manhã bem invernoso, em que as pessoas desejariam estar na cama e passa por ali um “maluco” a correr à chuva com um sorriso nos lábios!
Depois mudei-me para o campo. Larguei o asfalto e tornei-me um “animal” dos carreiros e estradões, dos pinhais e eucaliptais, do ar puro, da corrida na sua vertente mais bela.
Aqui a natureza fornece um manancial de sons tão variado e rico que até julgo ser um crime trocar o mesmo por qualquer música (por melhor que ela seja) escutada em um qualquer “MP3”.
Ainda há bem pouco tempo fui brindado com o hino à sagração da primavera, cantado em uníssono, por numeroso e afinado coro de rãs.
Só não bati palmas porque são artistas tímidas e não queria perturbar a sua festa comemorativa da inauguração do seu novo charco, bem atestado de água “novinha em folha”, que, no inverno passado, chuva foi coisa que não faltou.
Por isso amigos, para mim, “MP3” não obrigado! Ouvidos bem abertos e atentos a tudo o que me rodeia é o meu lema!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

DOIS EVENTOS – DUAS CORRIDAS





1- XXXIIIª CORRIDA DA LIBERDADE – UMA SAUDAÇÃO AO 25 DE ABRIL
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No próximo dia 25 de Abril realiza-se 33ª Corrida da Liberdade, em Lisboa.
Esta prova tem, no seu percurso principal, uma distância de 11,5 km, com partida do Largo do Carmo, em Lisboa e chegada ao Quartel da Pontinha, onde foi o Posto de Comando do MFA, em 25 de Abril de 1974. Este é um percurso inverso ao que tem sido sempre feito nesta prova. Mas terá a vantagem de no final se poder visitar o Museu da Revolução, sito no referido quartel e que estará aberto propositadamente para o efeito.
Mas para além da corrida principal temos ainda mais dois percursos, um com partida em Carnide (junto à Igreja da Luz) e meta na Pontinha (1,5 km) e outro Pontinha-Pontinha (0,8 km), de modo a todos poderem participar.
Todas as partidas serão dadas às 10.30.
Esta é uma prova sem prémios, que tem como grande objectivo comemorar de forma desportiva, essa data maior da história de Portugal que foi o 25 de Abril.
Não nos podemos esquecer que foi igualmente o 25 de Abril, quem abriu as portas à Corrida Para Todos e seria uma injustiça não mencionar aqui os nomes dos Professores Melo de Carvalho e Mário Machado, seus grandes impulsionadores.
A “Corrida da Liberdade” é uma prova de Amizade, Fraternidade, Esperança, um hino aos valores mais elevados e puros do desporto.
No vídeo que acompanha este texto pode ver-se a chegada à meta (excepcionalmente no Largo do Carmo, em homenagem a Salgueiro Maia) da equipa dos Zatopeques, na edição do ano passado. Esta equipa é um dos exemplos vivos do atletismo, e do desporto, fortemente mergulhados nos ideais de Abril e que ainda hoje subsistem e resistem, pese embora o cinzentismo destes tempos amargos mas, e seguindo a mensagem aqui deixada pelos “Zatopeques”:
25 DE ABRIL SEMPRE!
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2- XXIXª CORRIDA INTERNACIONAL DO 1º DE MAIO – COMEMORAR O DIA DO TRABALHADOR
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Integrada nas comemorações do Dia do Trabalhador, jornada comemorativa mas também de luta por dias melhores, efectua-se a 29ª Corrida Internacional do 1º de Maio, com partida do Estádio 1º de Maio, em Lisboa, num percurso de 15 km, que irá até ao centro da cidade e regresso ao Estádio, com início às 10.00.
Uma mini-corrida de 4 km, partirá da Alameda D.Afonso Henriques, local onde, na parte da tarde, terminará a Manifestação que começa no Largo do Martim Moniz, a que seguirá o Comício do 1º de Maio, como habitualmente. A partida da mini dar-se-á depois da passagem, aproximadamente, da primeira centena de atletas.
O “Último Quilómetro” apela a participação massiva nestes dois eventos.

Jorge Branco e EVB

Fotos: UK e Zatopeques - Vídeo UK

domingo, 11 de abril de 2010

ENTREVISTA COM A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ATLETISMO EM CADEIRAS DE RODAS


Entrevista com Mário Trindade, Presidente da Direcção da Associação Nacional de Atletismo em Cadeira de Rodas (ANACR). . .

1ª Pode-me contar um pouco da história da vossa Associação? Como e quando nasceu, projectos, principais dificuldades ao seu desenvolvimento, com que apoios contam. . R: Bem, a história da nossa associação ainda não é muito longa, pois esta associação nasceu em 30 de Outubro de 2008, ainda não tem 2 anos, mas já tem algum trabalho, em menos de 2 anos já colocámos 2 cadeiras ao dispor dos nosso atletas, uma nova entregue há pouco mais de uma semana, e uma semi-nova entregue em 2009, e no próximo mês de Abril disponibilizaremos outra a um atleta dos Açores. Os nossos projectos a curto médio prazo são: aumentar o número de praticantes, principalmente a intervenção junto dos mais jovens; Sensibilizar as organizações de provas de atletismo para a inclusão desta variante no seu calendário desportivo. As principais dificuldades são mesmo os custos dos materiais, é impossível uma pessoa portadora de deficiência iniciar-se nesta modalidade se não tiver apoio, pois uma cadeira, ronda os 5 mil euros, umas luvas 140 euros e isto são números impensáveis para quem quer fazer desporto. Até agora só tivemos uma verba do IDP – Delegação Norte e contamos também com as cotas dos nossos associados e com os eventos que vamos realizando. . 2º Como se chega a atleta em cadeira rodas, ou seja alguém que se queira iniciar na modalidade que entidades o podem ajudar, onde se deve dirigir. . R: Pois com muita força de vontade e espírito de sacrifício, não será fácil e contar com apoios muito menos. Essa foi uma das razões pela qual nasceu a ANACR, pois nunca poderá haver um Campeão sem apoio no início, normalmente os apoios vêm quando já temos resultados… Mas, se para mostrar resultados necessitamos deste investimento e não o temos, como se vão mostrar? As pessoas que se queiram iniciar nesta modalidade devem entrar em contacto connosco e tudo faremos para ajudar, é claro que não vamos dar logo uma cadeira topo de gama, terá de começar com uma cadeira usada, ver se é mesmo isso que quer e depois mediante o empenho, dedicação e resultados, poderemos pensar na nova cadeira para poder estar mais competitivo e com os elementos necessários à competição.
. 3º Julgamos que um dos principais entraves à prática da modalidade se prende com o equipamento, nomeadamente com a cadeira e o seu preço. Pensamos que uma cadeira para se iniciar na modalidade não terá nem o mesmo preço nem as mesmas características que uma de competição. Pode-nos falar um pouco sobre os equipamentos e os seus preços.
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R: Como já referi anteriormente a cadeira ronda os 5 mil euros, bem mais que uma cadeira de dia-a-dia, a nível de características também aqui é completamente diferente, antes de descrever a cadeira é bom referir que a cadeira tem que ser feita à medida da pessoa que vai andar nela, o atleta ao estar sentado na cadeira tem que se sentir o mais confortável possível, pois a cadeira é como se fossem as nossas pernas e se não estiver bem, logo não podemos tirar um bom rendimento dela, outro factor também muito importante é a aerodinâmica o atleta deve estar numa posição que ofereça pouca resistência ao ar, para a velocidade poder ser maior e com menos esforço. Quanto melhor for a cadeira e melhor o atleta se sentir nela, melhores tempos vai conseguir fazer. Estas cadeiras são feitas de alumínio, pesam cerca de 7kg; As rodas de trás são de tamanho 28” e tem uma inclinação de 11º, esta inclinação é para dar segurança, pois em descidas chega-se a atingir 70 a 80 km/h, poderão ser de raios ou de carbono, sendo que de carbono tem um custo de 1600 euros; A roda da frente é tamanho 20”, e tem um amortecedor para manter a cadeira em linha recta quando se anda depressa, também esta pode ser de raios ou carbono; Para curvar tem o volante de estrada, tem também um volante de pista que após uma afinação faz a cadeira curvar apenas com um ligeiro toque. . 4º Como em qualquer modalidade nem todos os atletas poderão ser campeões. É viável, em Portugal, ser atleta em cadeira de rodas não tendo grandes objectivos competitivos nem os patrocínios que julgamos, apesar de tudo, serem mais acessíveis aos campeões? . R: É viável, em Portugal até temos mais atletas que correm por lazer, do que por competição, fazer competição fica muito caro em Portugal, e os prémios para os primeiros lugares muitas vezes não cobrem as despesas de deslocação, o que leva a que grande parte dos atletas que estão integrados em associações corram por lazer e treinem com pouca carga, sem grandes objectivos, somente treinam para chegar ao fim da prova, porque para se ser um “campeão” é necessário muito treino muita dedicação e normalmente tem que se suportar as despesas que isso acarreta, logo a maior parte corre sem grandes objectivos. . 5º Pode-nos falar um pouco sobre as competições? Para além de algumas provas de estrada em que há escalões para a modalidade, também há provas de pista? . R: Sim, o atletismo em cadeira de rodas tem as mesmas provas que o atletismo a pé, embora em Portugal os atletas façam um pouco de cada, isto porque são poucos os atletas, são poucas as provas que temos para uma especificação, um exemplo, imaginem um atleta que se queira especializar em velocidade, ou tem muitos dinheiro para poder ir competir ao estrangeiro ou então se ficar limitado só às provas de Portugal, vai ter duas ou três competições por ano e na maior parte delas irá correr sozinho, ou então tem que pedir a dois ou três atletas que vão fazer aquela prova para fazer número. Os atletas preferem as provas de estrada porque apesar de darem pouco ainda dão algum dinheiro enquanto que as provas de pista não, logo os atletas treinam mais para provas de estrada e quando se aproxima a época de pista mudam um pouco o treino para se preparar para estas. . 6 Gostaríamos que nos explicasse como são os escalões dos atletas em cadeira de rodas. . R: No atletismo em cadeira de rodas há 4 classes que são: . Classe T51 – Tetraparaplegias; Classe T52 - Tetraparaplegias com tricepes activos e movimentos de pulso; Classe T53 - Paraplegia com músculos peitorais activos; Classe T54 - Todas as outras vertentes de deficiência em que o numero de músculos activos sejam superiores aos músculos peitorais. . Para dar uma pequena ilustração, um atleta classe T51 percorre os 100 metros em 21 segundos. Enquanto um atleta classe T54 percorre a mesma distância em 13 segundos. . 7º Como se treina para a modalidade? Em pistas? Usando determinados recintos desportivos fechados? Fazendo trabalho de ginásio? . R: Depende da época e das condições que os atletas têm nas suas zonas de residência, há atletas que só treinam em pista porque não o podem fazer na via pública nem tem um local onde o possam fazer, há outros que treinam pelas ruas da sua terra, aqui correm diversos riscos pois treinam na berma da estrada e as estradas são para os carros… mas se não for assim não podem treinar. Fazem também trabalho de ginásio quando o treinador assim o determina. . 8º Como está a modalidade em Portugal a nível de competição? Temos atletas de nível internacional a obter bons resultados no estrangeiro? . R: Apesar de não termos o apoio que os atletas dos outros países têm, ainda assim quando há competições internacionais, os nossos atletas portam-se muito bem. Temos atletas a representar Portugal em campeonatos do mundo e nos jogos paraolimpicos, poderíamos ter muitos mais e com mais qualidade, mas para isso é preciso fazer todo um trabalho de acompanhamento ao atleta que não se está a fazer, posso dar um exemplo, a elite mundial muda todos os anos de cadeira de competição enquanto que os nossos atletas andam com a mesma 4, 5 anos quando não mais. Já para não falar nas outras coisas que deveríamos ter para os atletas de topo, como por exemplo pegar nos melhores atletas portugueses, juntá-los num centro de treino para o atleta só se preocupar com isso, esta é para mim a parte mais significativa e que faz depois a diferença na competição contra os outros atletas mundiais. . 9º Quais são as marcas de bom nível internacional nos 10 quilómetros, meia maratona e maratona. . R: A melhor marca na meia maratona portuguesa é de 47 minutos do atleta Alberto Baptista Classe T54, e a melhor mundial é de 41 minutos do atleta Heinz Frei da Suíça. . 10º Gostaria de deixar alguma mensagem a todos o que sintam vontade de se iniciar na modalidade? . R: Sim, o que já tenho dito várias vezes, a vida tem muita coisa boa pra dar, apesar de todas as dificuldades, por isso se sentem vontade de experimentar esta modalidade que entrem em contacto connosco, pois tudo faremos para ajudar. A falta de convívio gera um sentimento de solidão, por isso é importante alertar para o bem que a prática desta modalidade poderá trazer a todos os níveis. Precisamos falar uns com os outros. Precisamos comunicar uns com os outros. Precisamos nos dar conta de que o desporto, seja ele adaptado ou não é gerado por pensamentos que se traduzem em palavras e por fim se convertem em actos concretos. E tudo isto pode acontecer a curto ou a longo prazo, trazendo consigo boas consequências.. É uma questão de "bem" ou de "mal", uma questão de usar uma virtude ou um defeito humano.




Fotos UK e ANACR

sexta-feira, 9 de abril de 2010

UMA AMIGA QUE FICOU PELO CAMINHO

Por vezes o último quilómetro da vida surge abrupta e inesperadamente quando em teoria ainda nos devia faltar tanto para chegar a meta.
Foi o que aconteceu a Nela, esposa do nosso companheiro de tanta estrada e aventuras, Mário Cruz Dias.
Um AVC fulminante levou do nosso convívio a Doutora Manuela Dias que todos os seus amigos conheciam por Nela.
Entre muitas recordações fica-me uma já longínqua Corrida dos Sinos em que tive o prazer de a acompanhar durante toda a prova. Ainda vive na minha memória os apoios e incentivos que recebeu ao longo do percurso por parte dos bombeiros, pois trabalhando na região era muito conhecida pelos soldados da paz da zona.
Vou recordar-te e levar para sempre por essas estradas da vida por onde corro, Nela.

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Tinha 54 anos (3Out1955-7Abr2010). Estreou-se na Corrida Para Todos, na 3ª Corrida da Primavera, em 28Abr1984. Era médica de clínica geral. Casada. Com uma filha e um filho.
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Na foto a Nela num convívio com a família e amigos na casa de Queluz, 1993

quarta-feira, 7 de abril de 2010

LEGENDA PARA UMAS FOTOS

No cruzamento de Alcântara Mar, os cerca de 5000 atletas (último em 5475º com 3h 31’33”) do grande pelotão da Meia-Maratona (21,097 km), que partiram da Ponte 25 de Abril, da sua Praça da Portagem, juntamente com os perto de 25000 companheiros da Mini (7 km), vão abandonar definitivamente estes e entrar no percurso por onde já passaram as escassas dezenas de atletas de alta competição (com tempos até 1h 05’, e só chegaram 18 com tempos melhores que 1h 05’!), que disputam as melhores classificações da Meia-Maratona e que por isso partiram de Algés.
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E é aí, nesse cruzamento, ponto de encontros e desencontros, que está colocado, no início da Avenida 24 de Julho, o belíssimo painel de azulejos (de 1994) que se vê nas fotos, e cujo autor é um nossos melhores ceramistas e pintores contemporâneos, Querubim Lapa (Portimão, 1925). Artista multifacetado – pintor, desenhador, gravador, com trabalhos em azulejaria, cerâmica e tapeçaria, estudante na Escola António Arroio, depois com o curso de pintura da Escola de Belas Artes de Lisboa (1947-1953), tem obra dispersa por edifícios públicos e privados, em Portugal e no estrangeiro e em colecções do Museu Nacional do Azulejo, Fundação Calouste Gulbenkian, Museu da Cidade de Lisboa, entre outros. Foi professor da Escola António Arroio e viveu, na sua juventude, na Avenida Marginal, no Dafundo, em casa dos pais, afinal não muito longe do local de partida da alta competição desta Meia-Maratona!
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Os nossos atletas, todavia, e muito provavelmente, nem nessa altura, e se calhar nem no regresso, quando faltam cerca de 5 km para terminar a prova, terão tempo para admirar a obra do artista. Mas ela aí fica, a relembrar a quem nos lê, que é um dos pontos do roteiro artístico da capital portuguesa. E, reparem, como o movimento do desenho do artista se liga tão bem ao movimento dos atletas.




EVB - FOTOS E TEXTO

domingo, 4 de abril de 2010

MARATONA DE ROMA - VÍDEO

Neste vídeo (patrocinado pela Asics) pode ver-se a grande festa da Maratona de Roma e a chegada de António Belo um dos mais experientes maratonistas Portugueses.